segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Meu pai e o cordel



Quando penso em cordel, imediatamente lembro do meu pai que é um grande apreciador deste tipo de literatura e nunca a tratou como um folheto. Pelo olhar enquanto lia, percebia-se o quanto era importante para ele. Os cordéis de humor eram seus favoritos. Lembro dele lendo o cordel "Futebol no Inferno" de José Soares várias vezes e rir "litros". 
Caju e Castanha gravaram este cordel em forma de embolada, aqui embaixo você pode conferir.

Meu pai, nascido no distrito de Bate-Quente, criado em Sapeçu, ambos interior da Bahia, traz consigo marcas que de um homem forte, que não foge do trabalho e valoriza muito a literatura, algo que ele nunca teve quando criança.
Os romances na literatura de cordel possuem algumas características marcantes quanto a sua narrativa. Os recursos mais utilizados são as descrições dos personagens em cena, além dos monólogos com queixas, rogos, súplicas e preces por parte do protagonista.
Tratam-se de histórias com uma problemática a ser resolvida de maneira inteligente e visando uma finalidade.
Talvez essa esperteza e criatividade que o nordestino tem para superar as dificuldades é o que meu pai desenvolveu para conseguir superar a pobreza e vencer na vida. 







Um comentário:

  1. Emocionante seu relato, Lani, obrigada por compartilhá-lo. Infelizmente não tive o contato desde cedo com esse tipo de literatura. Ter agora a oportunidade de conhecer e apreciá-la é fascinante.

    ResponderExcluir